Praia da Falésia

Possui um bar e casas de banho.

-Rayzinho? Eu sou bem grande!- brinquei com um sorriso. Encostei-me à porta a que estava afixado o cartaz que tinha lido com a má notícia e sorri quando ela disse que ficava para outro dia - estás a convidar-me para um encontro? - perguntei num tom brincalhão rindo-me logo de seguida e foi aí, quando olhei por cima do seu ombro que vi umas pessoas todas equipadas a saltarem da falésia a baixo. - Acho que não vai ser preciso - agarrei-lhe na mão e apontei para eles. - Isto também é perfeito. - olhei-a - queres?

- Não deixas de ser o Rayzinho.- brinquei, soltando uma gargalhada e quando o ouvi perguntar-me se o estava a convidar para um encontro, eu sorri-lhe, encolhendo ligeiramente os ombros.- se consideras isso um encontro, então sim.- disse e antes que pudesse fazer ou dizer mais qualquer coisa, King começou a puxar-me não sei bem para onde. Arregalei ligeiramente os olhos, seguindo atrás dele e quando vi pessoas a saltarem da falésia abaixo eu percebi o que é que ele tinha na cabeça agora.
- Vamos saltar dali? - perguntei num tom algo agudo, mas tentei não mostrar uma expressão muito assustada, afinal, eu era a rapariga sem medos.- aquilo é seguro? - perguntei num tom neutro, acho eu.

Olhei em volta com um sorriso e não consegui não me rir com a sua voz mais aguda.
-Onde é que está a senhora que não tem medo de nada? - perguntei aproximando-me de umas pessoas que tinham uma placa ao pescoço a dizer instrutor. -Se não tiveres medo vamos - disse com um sorriso delirante e antes de dar um passo em direcção ao instrutor olhei-a - queres ou não?

- Acho que ficou em casa com as asas.- respondi à sua pergunta, sem tirar os olhos das pessoas que saltavam e respirei fundo. Isto era uma coisa que eu queria mesmo fazer, era um bocadinho assustador, mas se aquelas pessoas conseguiam, porque é que eu haveria de não conseguir também? Virei a cara para ele, a tempo de ouvir a sua pergunta e sem pensar mais no que quer que fosse, assenti.- quero.- murmurei, agarrando na sua mão para ser eu a puxá-lo.

-Eu já disse que posso ser as tuas asas por um dia - disse-lhe. Abri um sorriso quando aceitou e fui com ela até ao instrutor vendo-o sorrir.
-Querem saltar? - perguntou ele - têm experiência? - ele estava mais empolgado que nós, o que me fez rir. - Boa tarde, desculpem isto é muita adrenalina.
-Nós queremos experimentar, é a primeira vez. - disse-lhe e ele chamou logo duas pessoas.
-Estes vão ser as vossas asas. - disse apontando para o rapaz e para a rapariga - Samuel e Paula - olhei para eles com um aceno de cabeça para os cumprimentar e olhei para Sally com um encolher de ombros.
-Parece que arranjaste outras asas - brinquei.

Assenti com a cabeça assim que ele me relembrou de que podia ser as minhas asas, mas já não fuo a tempo de dizer nada, visto que entretanto já estáva,os ao pé do homem. Ele era mesmo engraçao, conseguia estar mais entusiasmado que nós e mais de metade das pessoas que lá estavam. Soltei uma gargalhada quando King fez o mesmo, mas logo fiquei mais séria quando percbi que não íamos poder saltar juntos. Soltei um suspiro, olhando para ele e estiquei-me até lhe dar um beijinho na bochecha.
- Aposto que serias umas asas muito melhores.

Desviei o olhar dos que iam saltar connosco para olhar Sally quando me beijou a bochecha e sorri-lhe convencido.
-Eu sei - ri-me olhando depois para o homem que nos estendia uns fatos especiais.
-Quando chegarmos lá a baixo, como é? - perguntei-lhe e ele encolheu os ombros.
-Voltam a subir pelas escadas e depois podem ir embora. Isto é todo gratuito - ele explicou com um sorriso bem disposto. Sorri vendo a rapariga vir ter comigo e o rapaz ir ter com Sally.
-Vou agarrar o meu fato ao teu - deu-me uns óculos especiais - e vamos a seguir - disse ela super entusiasmada fazendo-me sorrir. Não estava com medo mas não podia negar que estava nervoso.

Fiquei a olhar muito atenta para o homem enquanto ele nos explicava o que acontecia depois de chegarmos lá em baixo e assenti, apesar de nem ter a certeza dele ter visto. Desviei o olhar para o rapaz que ia descer comigo, e que já estava ao meu lado, e agarrei no fato que ele me estendia, começando a vesti-lo.
- Nervosa? - ele perguntou.
- Um bocadinho. - confessei, deixando que ele me apertasse o fato, visto que eu não conseguia.
- Eu sei que mete medo por ser tão alto, masvai correr tudo bem. - ele assegurou-me.- eu prometo que não te deixo cair. - sorriu-me.

Desviei o olhar para Sally que já estava a falar com o rapaz que ia ser as "asas" dela e tinha que confessar, estava com ciúmes, eu é que tinha dito que ia ser.
-Prontos? - perguntou a rapariga que já estava colada a mim.
-Eu nasci pronto - disse rindo-me baixinho indo para onde ela me indicava, quando cheguei lá olhei para baixo e só tive que fechar os olhos - e tenho vertigens - disse abrindo apenas um olho e ouvi-a rir-se.
-Eu também por isso é que salto - respirei fundo olhando para Sally.

Depois de já ter o meu fato vestido Samuel veio colar-se a mim, tal como a outra rapariga fez com King. Prefeia que estiveéssemos colados um ao outro, mas pronto, parecia que ia ter de me contentar com aquilo. Fiquei a olhar para King, rindo-me baoxinho quando disse que tinha vertigens e caminei juntamente com Samuel para ao lado deles, sorrindo a King.
- Depois de fazer isto posso dizer que sou oficialmente um anjo. - brinquei com um sorriso e evitei olhar lá para baixo. Eu não tinha vertigens, masnão deixava de me fazer impressão.

Não conseguia olhar para lado nenhum a não ser para os lados, mas até para aí me fazia confusão. Eu era louco o suficiente para fazer aquilo mas isso não implicava eu não ter medo. Dei uma gargalhada meio nervosa com o que Sally disse.
-Depois disto posso dizer que quase que me suicidei - disse com uma careta rindo-me depois. - Vamos fazer isto antes que me arrependa de ter levado esta rapariga a sério - ouvi a rapariga atrás de mim rir e uma contagem decrescente vinda dos dois e quando voltei a abrir já só me senti a cair.

Como sempre, ri-me após King ter falado, abanando a cabeça com o seu exagero.
- Eu disse-te várias vezes que não precisávamos de o fazer. - encolhi ligeiramente os meus ombros.- agora aguenta-te. - pisquei-lhe o olho e depois de uma contem decrescente já estava eu no ar, tal como sempre tinha querido, acho que nunca me tinha sentido tão livre. Abri os olhos assim que senti os meus pés pousarem no chão e não consegui deixar de sorrir.

Ri-me olhando em volta para todos os lados, acho que devo ter dado bastantes cabeçadas à rapariga que estava em cima de mim porque eu só levantava a cabeça e praticamente me abanava no ar. Sorri quando abriu o para-quedas e ao chegar ao chão sentei-me logo no mesmo - continuo a preferir a terra - disse deitando-me no chão.

Ajudei Samuel a retirar o paraquedas, para ficarmos apenas com o fato e não resiti em olhar para o céu. Ainda tinha o coração a martelar-me no peito, mas tinha sido sem dúvida, a melhor experiência da minha vida.
- Podemos repetir? - perguntei logo, mas rapidamente me ri, abanando a cabeça. Olhei para King, estendido no chão e lancei-me para cima dele, nem me importando com o que é que aquilo parecia.- obrigada, obrigada, obrigada.

-Sozinha podes - disse logo mal ela perguntou se podíamos repetir. Fiz um som doloroso quando ela se atirou para cima de mim, apesar de ela mal me ter magoado e levantei a cabeça enquanto me ria - e tu ainda estavas a dizer que não era preciso fazermos isto - disse-lhe ainda deitado no chão. - só de ver esse sorriso vê-se logo que ainda bem que o fizemos - fui sentando-me com cuidado - eu espero por ti se quiseres ir outra vez.

Levantei a cabeça mal ouvi o om que ele fez depois de eu me ter atirado para cima do seu corpo e levantei-me logo, já estava a abusar. Sorri quando comentou o meu sorriso e apenas encolhi os ombros, era mais do que óbvio que eu tinha adordo. Desapertei ligeiramnte o meu fato, por estar a ferver e abanei a cabeça ao que ele disse.
- Não. - disse.- agora vamos fazer algo que tu queiras.

Levantei-me devagar tirando o meu facto e passei-os às nossas asas que logo se trataram de se despedir. Ri-me do que ela disse e abanei a cabeça negativamente.
-A única coisa que eu quero agora é só o meu quarto de hotel- disse passando os dedos pelo cabelo e olhei-a - levas-me até lá? - perguntei - eu não faço a ideia de onde fica. - e já estava a começar a ficar cansado.

Despedi-me de Samuel e Paula com um leve sorriso e depois voltei a concentrar o meu olhar em King, juntando ligeiramente as sobrancelhas com o que ele disse. Será que isto o tinha cansado demais? Eu sabia que as pessoas doentes se cansavam mais e mais depressa, só esperava que ele não ficasse pior. Assenti so seu pedido, dando um jeito à minha roupa e agarrei-lhe no braço para que viesse comigo.
- Estás bem? - perguntei baixinho.

Sorri quando se veio agarrar ao meu braço e sem fazer muita força, encostei-me a ela enquanto subíamos as escadas, que eram imensas por ser uma falésia tão grande. - Sim - levantei o olhar para conseguir olhar os seus olhos - eu estou bem - garanti - só estou cansado. Não parei quieto hoje e ainda não comi muito. - e até tinha medo de o fazer.

Fiz uma careta ao ver a quantidade de escadas que ainda nos faltavam, mas não apressei o passo, não queria que ele se cansasse ainda mais. Assenti quando me explicou que apenas estava cansado.
- Tens de te alimentar. - disse assim que ele admitiu ainda não ter comido muito.- o teu corpo está mais fraco, precisas de energias..- acabei por me calar, tentando não lhecdar um sermão muito grande e soltei um suspiro aliviado quando finalmente subimos todas as escadas.

Sorri ao ouvi-la dar-me um sermão e não consegui evitar rir.
-Eu sei anjo - murmurei respirando fundo mal nos encontrámos de novo no topo da falésia. - É melhor arranjar um táxi, não é? - perguntei pegando no meu telemóvel para ligar a um, mas eu nem sabia o número - como eu adoro os táxis de New York - queixei-me.

Sorri ao ouvi-lo rir-se e olhei em volta, assentindo com a cabeça à sua pergunta.
- Ainda fica um bocadinho longe. - disse, rindo-me baixinho quando ele se queixou.- não estás em New York Rayzinho, aqui precisas de caminhar para apanhar um táxi. - disse num tom brincalhão, apontando com o queixo para a frente.- há uma paragem aqui à frente, deve haver algum livre. - murmurei, puxando-o para que viesse comigo.

-É tudo tão mais fácil numa cidade grande - até a taxa de mortalidade das pessoas nas condições em que eu estava era mais pequena do que aqui, mas era preferível. - Preferia quando me chamavas King - ri-me andando ao seu lado até à praça onde haviam táxis. - Falta muito? - perguntei como as crianças.

- As coisas aqui não são complicadas, só precisas de lhe apanhar o jeito. - disse com um leve encolher de ombros, rindo-me assim que disse que preferia que o tratasse por King.- é giro variar Rayzinho King. - não consegui manter uma postura séria, começando-me a rir. Abanei a cabeça para responder à sua pergunta e cerca de cinco minutos depois já tínhamos chegado.- pronto, já chegámos senhor impaciente. - sorri-lhe e assim que vi um táxi livre, puxei-o para que entrássemos antes que alguém o ocupasse primeiro do que nós.